Tão difícil lidar com as mães!

 



Engana-se quem pensa que decidi fotografar crianças por ter um filho pequeno. A opção veio da alma, por afinidade, identificação, sintonia... nem sei explicar. Foi automático. Aquelas escolhas que parecem óbvias. Café tem que ser quente, água tem que ser molhada, vida tem que ser alegre e eu tenho que fotografar crianças. E ponto final.

Mas nessa sentença, eu esqueci de um  imenso detalhe: as mães!

Jesus... que desafio para a sanidade lidar com esses seres humanos tão abstratos (no qual, que conste nos autos desse texto, eu me incluo!).

As vezes (99,9%, inclusive) elas criam uma expectativa irreal dos ensaios. Idealizam coisas impossíveis. Dão palpites nas poses, querem decidir qual a melhor luz e, se eu deixar, escolhem até a abertura do diafragma da câmera (mesmo que nem façam ideia do que seja isso). Elas dão bronca nas crianças e criam uma tensão nos ensaios, fazem chantagem e prometem mundos e fundos em troca de sorrisos. Enfim... ficam fora de si quando pego a máquina.

Mas, verdade seja dita, sem elas eu não seria ninguém. São elas que rebatem a luz pra mim, me hidratam, cuidam das bolsas, me aconselham, me motivam e me fazem ser uma fotógrafa cada vez melhor.

"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos e outras que sorriem por saber que os espinhos tem rosas".

Eu sou a segunda. Certamente.

As mães, e mais uma vez repito que me incluo nessa análise, são os espinhos que protegem as rosas. São as guardiãs da imagem dos seus filhos e, como consequência, tem a obrigação de ditarem como querem que o mundo os veja. Quando se fotografa crianças, não tem essa de: eu que sou a fotógrafa, então eu que decido como serão as minhas fotos. Nesse nicho, o profissional precisa aceitar que cada trabalho será único e um grande aprendizado. Resta pra mim, como fotógrafa, agradecer a cada uma dessas mamães, pois é me adaptando e me moldando a elas que tenho criado a minha identidade fotográfica.

OBRIGADA POR TUDO E POR TANTO.





Escolhi o ensaio do Érick para ilustrar esse texto pois a sua mãe, Herta, é uma das mães mais perfeccionistas que tive o privilégio de conhecer. E, nos 3 ensaios que fiz dele, eu evolui mais do que em muitos cursos de aperfeiçoamento que fiz.


Foto do making of

Texto e fotos: Andrea Soares, Mana Fotografia Infantil

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