Tão difícil lidar com as mães!

Engana-se quem pensa que decidi fotografar crianças por ter um filho pequeno. A opção veio da alma, por afinidade, identificação, sintonia... nem sei explicar. Foi automático. Aquelas escolhas que parecem óbvias. Café tem que ser quente, água tem que ser molhada, vida tem que ser alegre e eu tenho que fotografar crianças. E ponto final. Mas nessa sentença, eu esqueci de um imenso detalhe: as mães! Jesus... que desafio para a sanidade lidar com esses seres humanos tão abstratos (no qual, que conste nos autos desse texto, eu me incluo!). As vezes (99,9%, inclusive) elas criam uma expectativa irreal dos ensaios. Idealizam coisas impossíveis. Dão palpites nas poses, querem decidir qual a melhor luz e, se eu deixar, escolhem até a abertura do diafragma da câmera (mesmo que nem façam ideia do que seja isso). Elas dão bronca nas crianças e criam uma tensão nos ensaios, fazem chantagem e prometem mundos e fundos em troca de sorrisos. Enfim... ficam fora de si quando pego a máquina....